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Sobre George Floyd, João Pedro e outras expressões sobre o racismo

Atualizado: 8 de jun. de 2020


A atual mobilização sobre o #blacktuesday é muito importante para a conscientização do racismo incutido em nós. No entanto, é importante não só replicar o que está sendo dito e postado, mas sim nos apropriarmos das reflexões. A conscientização, de forma didática, não é o único gerador de mudanças. Lembramos, como Freud aprendeu que a hipnose não bastava para efeitos duradouros em suas pacientes, pois a “descarga de consciência” (catarse) por si só, não é capaz do mesmo efeito que a elaboração e a construção do conhecimento, feita de forma apropriada e, por isso, passível de ser sustentada.


Pensamos então que é possível fazer uma aproximação entre o processo analítico e o processo necessário para que mudanças neste sentido ocorram.

Lacan, no texto “O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada” nos apresenta o sofisma dos três prisioneiros para metaforizar o modo como a conclusão lógica se dá. Ele aponta que há 3 tempos na solução: o instante de ver, o tempo de compreender e momento de concluir. Esclarecendo que para a conclusão de um problema, que não é superficial, é preciso mais do que um instante de clareza para se chegar ao ponto de solução. Além disso ela só é possível passando pelo outro.


A dissolução do racismo inscrito em nós e em nossa sociedade precisa passar por estes pontos também. Precisamos ver, ler, colocar luz sob o tema, mas não é em um instante que o racismo se dissolverá. Talvez seja preciso elaborar as informações coletadas, fazer as primeiras elucubrações de saber e somar a estas aquelas que os demais vão fazendo, bem como os efeitos desse saber. Daí, talvez como o véu da fantasia que cai na análise, caia também o véu do racismo que muitos usam para enxergar o mundo.


Por Fernanda Gelesko









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